domingo, 8 de março de 2015

FILMES CLÁSSICOS NA MINHA COLEÇÃO - FUGINDO DOS CLICHÊS.


Já faz algum tempo que eu não posto nada e hoje, como me bateu uma insônia terrível, resolvi dar uma revigorada no Blog.

Uma de minhas manias é colecionar filmes, tenho uma estante cheia de DVD's e alguns Blu-rays. (vide foto).

Daí resolvi deixar aqui registrado alguns dos filmes que eu considero clássicos dos anos 1980.

São filmes que eu passei a minha infância assistindo ora na Sessão da Tarde na Globo ou nos programas do SBT.

Lembro que há outros bons filmes mas aqui nesta lista eu quis fugir dos clichês das figurinhas tarimbadas como De Volta Para O Futuro e Indiana Jones.

Também, que só escolhi filmes da minha coleção pessoal.

Desta forma, há outros que eu gostaria de ter mencionado mas ainda não os encontrei vendendo por ai.

Para não ser injusto, deixarei o nome desses filmes ao final ok?

Assim, fiz uma lista com apenas 08 (oito) filmes e farei alguns curtos comentários bem pessoais (sem dar expoilers). OBS: A coisa pode ficar bem sentimental hein!

Também não quero deixar o texto chato com informações de equipe técnica ou sinopses, esse não é o meu objetivo.

É mais para curtição e para aqueles que  não os conhecem, para que vejam esses filmes que são demais.

Espero que gostem.

Rodrigo Aspre


08 - OS HERÓIS NÃO TÊM IDADE - nome original - "CLOAK AND DAGGER"


Comentários: Dos personagem de filmes com nome chiclete um dos mais icônicos para mim é JACK FLACK.

Como não lembrar de JACK FLACK e do refrão - "Jack Flack sempre escapa". Duvido que isso não cole de imediato na mente de que o assiste.

Vendo esse filme hoje penso que ele envelheceu bem porém, com uma crítica adulta, vejo alguns problemas.

O principal deles é perceber o quanto violento ele é (sim, ele é violento do tipo que duvido que hoje iriam fazer tendo como alvo um público infantil).

Para dar o exemplo, logo no início do filme, o herói de nome Davey Osborne (uma criança) entra correndo (brincando de espião) em um prédio.

Acontece que ele entra com uma réplica de uma arma nas mãos, ou simulando que tem uma arma, não lembro.

Dá para imaginar essa cena nos dias atuais?

Duvido que o segurança que o observa, fosse hoje em dia, não ia sentar o dedo no moleque antes mesmo de qualquer argumentação.

Também pudera. Este filme é da década de 80, ou seja, antes de virar moda nos USA crianças saírem atirando em escolas ou o terrorismo que deixou o pessoal por lá meio paranoico.

Mas olhando pelo lado positivo, o que mais me marca neste filme é a questão de que tudo gira em torno de um jogo de videogame de nome Cloak and Dagger.




Sim amigos, um cartucho de Atari  para ser mais exato, que guarda dentro  dentro um segredo militar (Oh...)

E qual criança nascida nos anos 1980 e 1990 nunca sonhou em estar em uma aventura dessas.

Onde a história daquele jogo que agente mais gosta pula para a realidade em uma aventura de vida ou morte (literalmente).

Porém, eu gosto de perceber o que está além sabe? Paralelo a história.

Esse filme registra em si o nascimento da industria dos jogos de videogame.

Não sei se rolou um jabaculê da Atari neste filme pois há clara propaganda da empresa em várias cenas. (vide foto abaixo). Não fiz qualquer pesquisa mas não acho difícil esse filme ter sido financiado pela Atari, uma empresa que estava muito a frente de seu tempo.



Mas o que fica bem evidente como artesanal era a criação de jogos naqueles tempos.

Por exemplo, vemos o personagem Morris programando um joguinho para Atari e sonhando em fazer fortuna (mais ou menos como foi com a bolha da internet ou com essa coisa de criar canal no youtube sabe?). 

Da pra sentir o clima onde um desenvolvedor de jogos, na sala de sua loja, programa um jogo de videogame (bons tempos).





E a loja dele cara, nossa! Como eu gostaria de ter uma máquina do tempo ir nessa loja, na certa compraria vários cartuchos de Atari,  ia fazer a lenha, com certeza.



07 - TE PEGO LÁ FORA - nome original - "TREE O'CLOCK HIGH"



Comentários: Nossa, esse aí passava direto na Sessão da Tarde (vou tentar não usar mais essa frase embora seja difícil no que se refere a estes filmes).

O que dizer?

Um filme muito bem amarrado, divertido e que fala ao coração de todo garoto que sofreu com um valentão maluco na escola.

É, acima de tudo, uma história de superação.

Mas tenho que confessar: Particularmente queria ser como o Buddy Revell (o vilão).

Acho que ele foi por muito tempo a minha referência de cara maneiro na escola sabe?

Hoje vejo que ele está mais para um sociopata bem perturbado do que para um cara descolado como imaginava na época.

O que eu quero dizer é que, apesar de ter empatia pelo mocinho Jerry Mitchell, quando criança, queria ser um adulto parecido fisicamente com Buddy Revell.

Ou seja, alto e forte, um cara que ninguém ousaria se meter entende? 

Principalmente, ser aquele arruaceiro encrenqueiro que faz sucesso com a mulherada.

Imagino que nessa juventude atual, que cultua mais e mais o mundo nerd como em The Big Bang Theory, caras como Buddy Revell nem devam existir mais ou raros são.

Digo isso pois em conversas com um amigo meu que é Professor de ginásio, este relatou que diferente da nossa época de escola (e lá vamos nós para além dos 30 anos), quem faz sucesso com as mulheres são os meninos mais "nerds" por assim dizer.

Não mais os atletas que jogavam futebol sem camisa nos intervalos e voltavam fedendo a C.C. pra sala.

E eu que no meus tempos de 8ª Série tinha que jogar RPG no recreio escondido com medo de chacotas... nasci no tempo errado vejam só!

Bem, voltando ao filme, no final, agente vê até que o Buddy não era tão mal assim. Era apenas o macho alfa sendo castrado por uma sociedade fraca.

E qual homem não gostaria de ser o macho-alfa na matilha. Este é o meu ponto.

Ao fim, vemos que o protagonista Jerry Mitchell passa a ser um pouco como o próprio Buddy Revell ou seja, passa a ser mais homem após ser confrontado e superar, com coragem, o seu algoz.


É coisa típica de homem, superar-se ante seus desafios e provar que é corajoso e forte pra todos. Olha o bonachão aí.





06 - OS GAROTOS PERDIDOS - nome original - "The Lost Boys"



Comentários:  Desse, confesso, eu tinha medo, apesar de não ser um filme de terror.

Mas é legal ver que vampiro bom de verdade é vampiro mau, porra.

Não essa coisa melosa e reluzente de fazer de vampiro o herói sofredor na trama, como ocorre em Crepúsculo.

É que esse filme tem algo que toca num lado obscuro da nossa imaginação eu acho.

Eu não sei se é a trilha sonora (que é espetacular com direito a duas faixas com o INXS) ou se é a ambientação com a referência a banda The Doors e Jim Morrison. 

Só sei que esse filme é estranho, sombrio e genial.

Eu não tenho como trazer em palavras o universo peculiar que foi ali criado, uma coisa meio rock punk selvagem (com direito a Saxofonista bombado untado em óleo tocando em um festival lotado de potenciais vítimas).

Esse saxofonista (Timmy Cappello) é, em si mesmo, um universo a parte. Como um portal no tempo. Eu ficava imaginando que esse cara devia pegar muita mulher.

E, pra que conhece o jogo Pit Figthers, vai dizer que ele não é a cara do personagem chamado Chainman Eddie (Eddie Venancio).



Vejam a semelhança física com direito a corrente e tudo mais. Aí teve um plágio heim!

Mas eu vou dizer qual é o apelo que esse filme tem em mim:

Ele trabalha aquela velha questão explorada em filmes adolecentes da dificuldade de ser o garoto novo na cidade que vê uma galera já formada e tenta se enturmar. Uma versão darkpunk gótica de Karate Kid I. 

Só que aqui a galera é formada por vampiros barra pesada liderados por Keith Sutherland.

Além, tem também uma mocinha com nome hippie em apuros, a qual todos se apaixonam, que precisa ser salva.

Adicione a isso,  pre-adolescentes que combatem estes vampiros de forma não convencional, e que tem seu quartel-general numa especie de livraria/loja de gibis.

E não era coisa tipo Patrulha Salvadora da turminha de Carrossel não, o negócio é pesado pra crianças cara. 

A cena da casa sendo atacada pelos vampiros, pra crianças, nem de longe é apropriada.

Quer mais motivos para ir assistir correndo esse filme?

Resumo, um grande filme com especial atenção para a trilha sonora - Gerard McMann -- Cry Little Sister (Theme from The Lost Boys)



05 - O FEITIÇO DE ÁQUILA - nome original - "Ladyhawke"



Comentários: Confesso que vendo esse filme hoje eu achei ele meio bosta.

O que salva esse filme hoje é, sem dúvida, a estonteante, linda e jovem Michelle Pfeiffer no auge de sua beleza surreal.



Quando criança eu não ligava muito pra ela, confesso.

Minha identificação era mais com o cara ai em cima, o tal Capitão Navarre.

Oras bolas, eu queria ser o herói, com capa e espada descendo a lenha nos caras maus.

Não há muito o que falar desse filme sem estragar o ponto nevrálgico da trama, que eu não vou contar. Só vou dizer o seguinte: 

"Sempre juntos, eternamente separados"

Talvez uma nota especial para trilha sonora que parece estar totalmente fora do clima do filme.

Mas olhando bem, não é de se admirar a razão pela qual eu goste de Game of Thrones haja vista ter assistido tantas vezes esse filme.

Eles têm quase o mesmo clima da sabe? Uma coisa medieval, com lobos, águias, magia, espada, cavaleiros, bruxos, feitiços de Áquila.

E por que diabos a tradução em português ficou essa "tosqueira"a de nome? O feitiço de Áquila.

Vejam, o nome do Bispo que é o vilão da trama é Imperius.

E o Imperius é o Bispo de Áquila, deu pra sacar que o nome "O feitiço de Imperius" ficaria meio OFF né? O mesmo para a tradução livre do nome original (senhora falcão).

Vale, contudo, mencionar a marcante atuação de Matthew Broderick como "O Rato", um ladrão típico dos jogos de RPG que eu jogava na infância.




Imagino quanta gente deve ter se inspirado nesse filme para entrar no clima para jogos de AD&D.



04 - FEITIÇO DO TEMPO - nome original - "Groundhog Day"




Comentários: Esse filme tem uma premissa genial e uma atuação magistral de Bill Murray como o repórter Phil Connors.




O tema central é:

O que você faria se ficasse preso no tempo, repetindo infinitamente o pior dia de sua vida?



É um filme espetacular com uma moral de nocaute. 

Para mim, revela o seguinte:

No filme,  Phil Connors é um cara rabugento, que vive a vida mal-humorado por se sentir constantemente subaproveitado em um trabalho inferior as suas qualidades.

A rotina, a busca sofrega por sucesso e apreciação acabam trazendo o que de pior há nele (e muitas vezes em nós mesmos) florescendo a impaciência e intolerância com os próximos, aos quais ele demostra total apatia.



Essa conduta acaba por lhe impedir de apreciar a beleza da vida e a singular presença das pessoas a volta.

Na trama, acorre um evento louco que por consequência o obrigada a reviver o mesmo dia em um looping temporal.

O engraçado é que se repararmos bem, ele já levava a vida no automático só que não se dava conta disso.

Os dias para ele se demostravam tão vazios que não despertavam sequer a sua atenção.

Asim, após ver que não havia saída daquela prisão temporal (com direito a tentativa diversas de suicídio) ele pondera e decide tornar-se uma pessoa melhor (ou será que não teria escolha?).

Digo isso pois, para mim, este é o cerne da questão no filme.

Vou tentar me explicar melhor.

O cara se vê reprisando o mesmo dia. No inicio ele era desprezível, narcisista e egoísta.

Usa inclusive o conhecimento sobre os eventos diários para se dar bem.

Até que ele se apaixona.

Motivado pelo amor, ele vai melhorando como pessoa, e por ter decorado cada evento na cidade, ele passa a salvar vidas e ajudar diversos moradores etc..

O que isso transmite é que, por pior que alguém seja, quando o amor entra em jogo, o caminho inevitável é o do bem.

Esse filme revela que para avançar verdadeiramente na vida, devemos antes nos libertar de tudo o que nos prende a uma vida de egoísmo e só o amor tem essa força rompedora.

Está aí uma grande lição.

OBS: Vocês já se perguntaram quanto tempo o personagem de Bill Murray ficou preso no mesmo dia? Pois é, essa é uma pergunta que realmente nos intriga né?

Pois saiba que já houve gente calculando o tempo que o Phil Connors ficou ali, repetindo os dias. 

A resposta é 34 (trinta e quatro) anos!!!! 


Vejam a matéria completa no site abaixo.


http://news.moviefone.com/2011/02/02/bill-murray-groundhog-day/


03 - VIAGEM AO MUNDO DOS SONHOS - nome original - "Explorers"

Comentários: (em andamento)



02 - OS GOONIES - nome original - "The Gonnies"




Comentários: Sei que falei que não entrariam clichês mas esse eu não poderia fazer a injustiça de passar.

Na minha opinião esse filme é intocável, perfeito como está.

Quando lembro deste filme recordo das tardes chuvosas da minha pré-adolescência, com gosto de bolinho de chuva e frio. E sempre que assisto volta aquela sensação de ser criança outra vez.

Lembro de aventura e amizade.

Lembro da cidadezinha do interior americano, com sua costa beira mar (mas diferente do Brasil) e seu clima mais frio com árvores pinheiros.



Era o local onde eu gostaria de morar.



Hoje, com a facilidade da Internet descobri onde este filme foi gravado.

Segundo o site http://www.filminamerica.com/Movies/TheGoonies, ele foi gravado no Oregon, na Carolina do Norte e nos estúdios da Warner Bros. nos seguintes locais:


Oregon

Astoria, Clatsop County: Clatsop County Jail. Warren Field. Houses at 368 -38th Street and 344 -38th Street. 304 -37th Street. The Flavel House.

Carolina do Norte

Jenner, Sonoma County: Goat Rock State Beach.

Meu desejo mais íntimo era ter um grupo de amigos como neste filme e descobrir que ali na minha cidade havia um mistério a ser desvendado.

Que logo ali, em cima da minha casa, havia um mapa de tesouro pirata, uma lenda urbana, verdadeira aventura de uma vida.

A fotografia deste filme é excelente, os personagens bem construídos (como se esquecer do Slot) e por mais fantasiosa que seja a história ela é verossímil.

E a trilha sonora, musica tema cantada pela Cyndi Lauper - The Goonies 'R' Good Enough é determinante para o clima do filme.

Vale lembrar que nesta época nos USA a MTV estava "bombando" e vivia nas telinhas das casas dos adolescentes americanos.

Assistir este filme era como poder viver tudo aquilo, uma realidade muito diferente da do Brasil nos anos 80/90.

Ademais, fico imaginando o quanto de influência americana nós sofremos por intermédio deste filmes a determinar nossos gostos futuros, nossos desejos...

Com certeza cristalina, sofri muita influência deste filmes e imagino que tenha ocorrido o mesmo com grande parte da minha geração que hoje tem lá seus 30 e poucos anos.

Falo isso por que vejo a quantidade de coisas relacionadas ao período que hoje se vende em livrarias e lojas de coisas "nerds".


Sim amigos, este é um filme muito NERD que reflete muito de nós mesmos no passado, talvez o fato de serem eles heróis tenha dado a esperança de também o sermos em nossas vidas.


01 - RUAS DE FOGO - nome original - "Street of Fire"



Comentários: (em andamento)

3 comentários:

  1. "Acontece que ele entra com uma réplica de uma arma nas mãos, ou simulando que tem uma arma, não lembro.

    Dá para imaginar essa cena nos dias atuais?".. Meu amigo, nessa época, mertiolate ardia, bandido era bandido e não vítima da sociedade, brinquedo de menino era metralhadora Thompson da Estrela, revólver Lawman do Rambo, brincar de garrafão e tô no poço, ou seja, era uma época em que os FILHOTES DE HOMENS também podiam se tornar HOMENS. Chega desse mundo de mimimi poli-TITICA-mente correto e chato de hoje! às favas! Quanto aos filmes, todos são perfeitos, obras clássicas que não devem ser mexidas ou estragadas com remakes de última categoria.

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